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quinta-feira, 27 de setembro de 2012

O Don Juan

O Don Juan, o homem que para Camus esta plenamente gozando de seu corpo. Vive suas experiências, numa lógica, muito parecida há ética utilitarista, vive pela quantidade de prazer que pode adquirir na vida. “O que Don Juan põe em prática é um ética da quantidade (...) O tempo caminha com ele”(CAMUS, 2010 p.79).
Não é de modo algum por falta de amor que Don Juan vai de mulher em mulher. É ridículo representá-lo como um iluminado em busca do amor total. Mas é até porque ele as ama com igual arrebatamento e a cada vez com toda inteireza, que lhe é preciso repetir esse dom e esse aprofundamento (CAMUS, 2010 p. 75)
Não tem em mente o juízo do certo e errado, vive tudo ante de morrer. Repete suas formulas, pois pensa para si, afinal se deu certo um vez, não haveria porque não repetir. Don Juan é a postura humana da descrença em qualquer transcendência, mas trás em si um apelo para novas vivências, múltiplas intensidades. O que Don Juan quer é ir contra esta ideia “todos os especialistas da paixão nos ensinam isso: só existe amor eterno contrariado” (CAMUS, 2010 p78). Mas o que o que exprime Don Juan é justamente sua repetição, sua busca. “É um, outro amor que sacode Don Juan e esse é libertador. Trás consigo todos os rostos do mundo e seu frêmito provém de que ele se sabe perecível” (CAMUS, 2010 p. 78).

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