Ernani Augusto de Andrade PUC-PR
Orientador: Eladio Constantino Pablo Craia
O presente trabalho tem como objetivo abordar o problema do campo transcendental e sua perspectiva ontológica em Gilles Deleuze. Desde que Nietzsche o declarou pela primeira vez, importantes segmentos da filosofia do século XX afirmam que é necessário superar certas noções centrais da tradição filosófica, como são as de fundamento, identidade, substância, sujeito, oposição dialética, e ate o conceito de nada. Neste campo reflexivo se constitui a filosofia de Gilles Deleuze, a partir de suas teses ontológicas organizadas em torno dos conceitos de Diferença, Univocidade do Ser, entre outros. Podemos reconhecer que certa historia da metafísica procurou o fundamento, isto é, pensar um Ser que opere como princípio que ordena, organiza e orienta a dinâmica do existente. Em oposição a esta perspectiva, o Ser é para Deleuze pura diferença que se expressa ontologicamente num só sentido e numa só voz, aquilo que o autor francês chama de “univocidade”. Este conceito é retomado por Deleuze a partir de Duns Scot, Espinosa e Nietzsche. A busca de Deleuze em Lógica do Sentido consiste em mostrar como pode ser possível que o sentido do Ser se expresse como diferença. Assim, se pode apontar aquilo que de fato gira em torno do campo transcendental e o empirismo, segundo este é reinterpretado por Deleuze, enquanto conceitos que problematizam a questão do devir e a diferença. A articulação do campo transcendental serve ao estofo ontológico para esta problemática, assim, é possível determinar um campo transcendental impessoal, pré-individual que não se parece com os campos empíricos correspondentes e que não se confunde com uma profundidade indiferenciada. Por outro lado, este eu pré-individual supera a negatividade e a sua eventual oposição dialética. O transcendental não corresponde a um campo empírico, nem a uma consciência, ele é uma multiplicidade em permanente devir.
Um comentário:
LEGAL.
esclareceu um pouco...
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